Penso, logo escrevo!: 1º Capitulo - A visita

1º Capitulo - A visita

(MusicaBob dylan - the times they are a-changin)

Seis horas da manhã, em mais uma segunda feira. Sofie ouve o celular tocando, e não se surpreende quando nota o som de seu despertador. Afinal, não estaria esperando e nem mesmo desejava a ligação de alguém a essa hora. Ela apenas fez um sinal com a mão para que aquela musica parasse de perturbar o seu sono, mas logo após seu gesto o celular começou a tocar novamente, ela estranhou e abriu metade do seu olho esquerdo por causa da claridade vinda da única janela de seu quarto e olhou para o celular sabendo que não havia colocado nenhuma soneca, e então percebe uma ligação da empresa Joshfour, quando pensou em atender com voz de sono, ouviu a caixa postal “Sofie, estamos se dirigindo a sua casa como o combinado, chegamos em alguns minutos”. Pulou da cama com os olhos arregalados levantando depressa lembrando que teria um compromisso, olhou o relógio e entrou em desespero pois era daqui quinze minutos. Ia correndo para o banheiro quando parou em um instante, olhou para seu quarto e se perguntou o que faria primeiro, se arrumaria a casa ou a si mesma. Resolveu começar pelo pior, ela mesma, mas depois chegou uma conclusão que seu pequeno apartamento levaria menos tempo para estar arrumado, e se caso a visita chegasse, ela o deixaria esperando na sala de jantar enquanto se arrumava no banheiro e tentasse dar um jeito nela. E foi assim que ocorreu, ela havia deixado cappuccino e chá gelado na mesa para a pessoa se servir enquanto a esperava, e pediu pelo interfone que fosse direto a sala de jantar, e aguardasse um instante. Assim que desligou, correu para o banheiro para que não corresse o risco de ser vista. Entrou e viu aquela imagem no espelho:
- Céus, Sofie você está ficando cada dia pior. - disse a si mesma apos lavar o rosto, limpar com sua toalha e voltar o olhar para o espelho. Saiu do banheiro, fechou a porta do quarto que de fato continuou desarrumado pois sabia que ninguém chegaria até lá. Então deixou sua grande cama de casal espaçosa com seus lençóis bagunçados, livros jogados pelo chão, o abajur ainda estava ligado e ela nem se quer notou, seu laptop estava em espera em cima de sua escrivaninha que era cheia de fotos jogadas juntamente com sua maquina fotográfica, seu violão estava encostado do lado do cama, e o resto das coisas não importavam tanto quanto essas em sua vida. Assim que fechou a porta, abaixou a cabeça dando mais uma olhada em sua calça social escura, sua camisa bege e blazer preto por cima, passou a mão no cabelo querendo se certificar de que ele estava com uma boa aparencia, e de fato estava pois ela era linda até mesmo com o cabelo bagunçado, seu ruivo ondulado com as sardinhas na cara, faziam um belo conjunto para que ela fosse adorável. E seu corpo magro esbelto fazia com que todos errassem sua idade. Entrou na sala com um sorriso no rosto, e quando o rapaz lhe avistou. Levantou pondo a xícara sobre a mesa para comprimenta-la:
- Bom dia senhorita Sofie. Meu nome é Layon Scott e vim aqui em nome da empresa Joshfour.É um grande prazer conhece-la.
- Bom dia Layon, o prazer é meu. Peço desculpa pelo atraso, por favor sente. - Os dois sentam.
- Não demorou muito. - Layon abre sua pasta, deixando Sofie extremamente ansiosa.- Bom, estou com seus exemplares, e venho através da empresa parabenizar seu trabalho impecável. Gostamos das suas idéias e queremos saber se você está disposta a entrar em nossa equipe para podermos realizar uma nova revista dando qualidade aos leitores e um bom desempenho para o nome empresa.
- Ual, vocês gostaram mesmo? Não da pra acreditar. É cla..é claro que aceito. - Sofie estava boquiaberta, seus artigos foram aceitos por Joshfour. Isso era extremamente, inacreditavel! Ela precisava contar para Clarice e John, afinal seus amigos que insistiram e incentivaram ela a enviar. Não aguentavam mais ver Sofie presa dentro de casa, com seus livros, fotografias e velhas canções após a morte de sua mãe. Além disso, os amigos sabiam desde que conhecem Sofie por gente, do profissionalismo dela em escrever. E descobriram através dos jornais da cidade que a empresa Joshfour estava precisando de novos colaboradores para a nova edição de revista da cidade, uma revista turística aonde encontrariam vários tipos de artigos:
- Excelente, nos encontramos na quinta para uma reunião com todos os outros colaboradores da revista?
- Sim, te vejo lá Sr. Layon
- Tenha um ótimo dia. Obrigada pelo chá, é o meu preferido.
- Que bom, não quer tomar o cappuccino?
- Não obrigado, já estou satisfeito. Até quinta. Contamos com a sua presença!
Acompanhou ele até a saída, e após fechar a porta foi até a sala pegou o cappuccino que havia deixado para Layon, e voltou para o seu quarto, o único lugar no mundo em que ela se sentia e podia ser ela mesma. Sentou no seu pufe, pegou seu celular e resolveu ligar para Clarice:
- Sofie.
- Aonde vamos comemorar? - deu um gole no cappuccino. E sabia que Clarice ia entender sua pergunta, fazia dias que ela estava perguntando a Sofie se alguém ligou a respeito de seu material enviado.
- Você passou? Você conseguiu Sofie, não acredito, parabéns amiga! Eu sabia, sabia que você era capaz! Está vendo, eu te falei. - Clarice demonstrava entusiamos e verdadeira alegria pela amiga, que era praticamente sua irmã mais nova. Ela cuidava de Sofie como ninguém, e agora que Sofie se encontrava sem família, o cuidado dobrou.
- É você me falou, obrigada. Estou me sentindo um pouco feliz, eu acho.
- Isso mesmo, eu sabia que iria conseguir. Nós temos que comemorar hoje a noite
- Sim. Você pode avisar o John?
- Com certeza, ele vai dar saltos de alegria. - E ele dava literalmente saltos, bem altos. Sofie sempre dizia a ele que deveria participar desses circos que viajam pelas cidades, pois ele tinha um flexibilidade incrível e seus saltos eram as suas marcas, e só pensar em saltos que lembrará de John. Foi assim que Sofie conheceu o amigo, estava sentada lendo um clássico em um parque e avistou um garoto saltando entre pessoas, cachorros, bancos, e o encanto de todos que o viam, ele tinha o dom de divertir as pessoas, de longe ela virá crianças tentando imita-lo e não passando de meio metro do chão. Sofie balançou a cabeça e continuo a ler o exemplar, ela nem percebeu que John vinha em sua direção dando saltos e levou um susto quando o viu tão perto. Ele ficou encantado com sua beleza, mas percebeu o quanto ela parecia sua irmã mais nova que morava em outra cidade no sul do país, e teve certeza que dali sairia uma grande amizade ao invés de uma paquera, pois mataria a saudade da irmã, e teria uma amiga com aparência interessante que poderia fingir ser sua namorada em algumas ocasiões. Sofie normalmente não aceita muitos amigos homens, pois todos eles tem algum certo interesse sexual por trás desse discurso amigável, mas assim como John, teve certeza que ele seria um grande amigo.
- Nos encontramos no lugar de sempre?
- Estaremos lá as nove horas Sof.

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