Penso, logo escrevo!: Veja bem, meu bem.

Veja bem, meu bem.


O universo não sabe como dói, essa coisa da gente não saber ao certo o que é e nem pra onde vai. E se sentir meio saturno, rodeado por tantos copos cheios e corações vazios. Ou meio Vênus, circulando pela vida com movimentos rotacionais lentos onde nunca encontramos o caminho. Talvez Júpiter, dotados de gigantescas dimensões, sem caber em lugar nenhum. O espaço sideral ainda é pouco pra nós. O mundo não sabe como é correr em círculos completamente desorientados, como é se afundar na gente e não achar mais a estrada de volta. Não sabe como é perder o eixo e se encontrar preso no meio fio da nossa própria exaustão. Nos afogamos nas correntezas de nós mesmos como quem não encontra a terra firme pra impulsionar o nado de volta pra superfície, onde dá pra respirar em paz e se livrar do peso da vida que nos empurra pra baixo, onde não dá pra alcançar o chão e nem voltar pra onde o sol acaricia o nosso rosto. Porque enquanto a vida martela nossos corações pelos muros da cidade, o universo permanece intacto. E as cicatrizes das nossas colisões internas ainda sangram de vez em quando, mas o tempo não para de correr e o mundo não sente o cansaço de ter que sobreviver aos terremotos sem cair ou mostrar o semblante machucado e entristecido. Não importa o quanto a existência nos deixe em ponto de ebulição, ele não silencia pra gente sangrar a dor de ser.

nosso choro inunda a cidade, mas o universo não se afoga na gente.

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