Capitúlo 3: O dia que a Terra parou
Bom dia Brasil, tudo bem com vocês? Ontem no cursinho foi
bem morno, viu? Mas hoje promete ser quente. Até porque faz um calor infernal
aqui no Rio. Dizem que o calor afetam nossos neurônios, né? Devem ter afetado
os do meu irmão também. Acho que perdeu a noção do perigo. O idiota desativou
meu alarme e eu agora perdi hora pro cursinho. Chegarei lá e não garantirei
mais o lugar ao lado do Gui, poxa, tudo indo muito bem! Mas vamos lá.
Minha mãe deveria saber que de manhã meu humor não é um dos
melhores e mesmo assim provoca, me chamou de tudo quanto é nome e sabem por
que? Perdi a van também. Aff, o que poderia faltar pra esse dia, um avião cair
na minha cabeça? Menos de 20 minutos acordada e tudo isso já? Eu hein, sai
urucubaca!
Chegando no cursinho corri pra não perder o conteúdo, até
porque a aula havia começado há uns 20 minutos. Entrei correndo no auditório e
me sentei lá em cima, distante de todos. Era aula de Botânica. Adorava o
professor, seu apelido era “fruta” e não, ele não era gay, era dentista (risos,
risos).
Não gostava de sentar longe da minha turminha, sim, turminha
de 3 (risos, risos), mas não tive muita escolha né.
- Vanessa! – Ouvi um sussurro.
Procurei feito louca até que... Não creio meu Deus. Milagre
ou o que? Fiquei boba gente! Ele estava me esperando pela primeira vez na vida,
no ano, sei lá, fiquei boa, vou contar... ele guardou um lugar pra mim,
acreditam????? Mas nãos serei boba, não posso ser fácil:
- Oi, que foi? – Disse eu, dando uma de João sem braço.
- Vem cá, guardei um lugar pra você – disse ele sorrindo.
Ai gente, derreti, sério... mas ao mesmo tempo que pensava
que aquilo era perfeito ou poderia significar, pensava em como aquilo poderia
ser apenas uma gentileza, ou que ele me via como amiga apenas, sei lá. Ele
nunca me deu bola. E então juntei minhas tralhas, peguei meu celular e mandei
um whatsapp pra Sophie: “Amiga, como você está? Melhorou? Não acredita quem
guardou lugar pra mim, depois te explico melhor, beijo”.
A Sophie não foi ao cursinho hoje, ela acordou passando mal,
mas não poderia deixar de dizer pra ela esse feito. É como se a Terra tivesse
parado, ele é demais gente! Corri e me sentei ao lado dele.
- Obrigado Gui, me salvou de ficar sozinha – disse eu
bancando a legal.
- Que nada, adoro sua companhia.
O queeeeeeeeeeeeeeeeeeeee?????? Eu disse que a Terra tinha
parado, agora então congelou, SOCORRO! Bom, vamos prestar atenção na aula
Vanessa, foco, foco, foco! Respondi ele apenas com um sorriso (se querem saber
[risos, risos]).
Sobre o sinal bater... as aulas por hoje chegaram ao fim,
sim, finalmente!
- Agora sim posso lhe agradecer, obrigado por guardar um
lugar pra mim. A So não veio hoje e pensei que ficaria sozinha – Disse eu sendo
meiga e sincera.
- Van, claro que guardaria um lugar pra você, você sempre
faz isso por mim, não teria porque não retribuir.
- Uma troca? – Ri tentando tirar algo dele.
- Digamos que foi gesto de gratidão e sutileza, pode ser? –
disse ele rindo de canto de boca.
- (Risos, risos, risos) Bom, vamos dizer que sim... éééé...
– ia dizendo eu quando fui interrompida, meu Deus.
- Vai fazer o que agora a tarde? Digo, após almoçar? Aliás,
tem companhia pro almoço – disse o rapaz meio sem jeito.
- Ia, vou, ia... bom, ia pra casa – disse eu toda
desconcertada com aquele papo que mais parecia um convite.
- Quer passar essa tarde comigo? Estou livre o período todo
– disse com um ar de fofo.
- Claro, digo, tenho que avisar minha mãe – Eu não estou
acreditando, gente, ele me convidou pra almoçar com ele? É isso mesmo? Cadê a
Sophie nesses momentos, vou morrer!!!
Bom, não sou muito boa em encontros, mas acho que é hora de
deixar acontecer... quem sabe assim o destino me surpreende?
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